quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Silício Amarelo



Em seu faceiro sorriso torto
Envolto em   fios dourados
Apresar  em meu corpo o desejo do teu
Foi Pura veleidade.
Lançando-me para a curvas deliciosas desse prazer
Duramente Efêmero!
Consentistes o desvelo pelo fruto do teu ventre.
Espalhou  a tortura do não ter
E a do ter que me  perder
Não contente ,tua ânsia foi
Embaraçar-me com os corpos vis que te gastaram
 O suicídio desse que agora atura e tenta cuidar das chagas
Deletando aos poucos essa imagem rabiscada.

UMA DOSE DE  SARIN!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

TEMPUS




Na masmorra destes pensamentos
Sinto os açoites dessa rememória
Obstinadamente.
Penitentemente.
Suplico ao íntimo divinal
O avançar  dos números.
Não mais esse compasso torturante
A presença desse  folego arquejante.
O cismar
Pelo encarnado de outras badaladas.

domingo, 21 de agosto de 2011

OMNIA VINCIT AMOR



O travesseiro pelo avesso
Banhado pelo pranto noturno
Diurno
Taciturno
Profundo.
De um estado ébrio ao fúnebre
Do verde ao encarnado
Desencarnado
Desvanecido.
Passo após passo
Ossos recuantes
Agonia de  um destino errante
Que luta pela cobiça
Da tua aurora, o resgate.
Fixando-me ,ainda
Na fuga dessa dor rasgante
Pela troca dessa criatura que  se finda
a cada bater sonoro desse enlouquecedor  relógio ,
em um ser que pelos teus batimentos ,
Espera 
 E nada mais.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Desabafo

E ferozmente as falanges digitam
O que as palavras à boca n consegue arremessar
Alma pueril e fácil de escarnecer
Reenganar!
Ações torpes
Congelam os sentimentos
Apartam os cálices
Destroçam a  segurança.
Carece- o sorrir
Apenas a presa,a caça
Entre quatro paredes
Acorrentada aos devaneios perdidos
O som inaudível
Para os  viciados tímpanos.
 Com o  acorde dessa melodia...
Parto  de uma  criatura que não se distingue mais
Que procura em vão
Soldar  os pedaços...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

DEVI



E ,não de repente,ela se põe atriz
Ininterruptamente  fora
A verdade vestiu-se com o pano mágico da mentira
Falácia das artes
No breu não se pode ver
Então ,a menina agora clarifica a íris dos meus olhos
E carrega apenas o teatro no peito
Com sua platéia, luzes, ardor..
Transpiração  noite e dia na cena
A imitação do que espera ser e não ser
Um só corpo repartido  e compartilhado em muitos rostos.
Um completo corpo
 De pura alma cênica!                                            

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tentativas

E ela afaga enlouquecedoramente aquele dorso
Sente o tremular de ossos
O revirar de olhos
Procura sensações...
Se doa.
Induz o gozo
Corpo  fácil de manipular...
Gemidos ecoam por aquele quadrado
Urros de satisfação
Terminado.
Ela dilui as sujeiras e junto esvaem-se  as confidências
E  na calada da noite
Recolhe seus prantos
Lembra-se da inutilidade desse eterno tentar
Que a faz em retalhos .                                                        
Amanhece o dia
Procurando pelos cantos            
Pedaços meus
Que resistem em ser seus.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

POR ARRUMAR...







O etílico em meu sangue
Permite o despertar.~                                               
Sacode esse adormecer
Que em mim parece não se conter.

E então num desabrochar desconhecido
O eu que não me pertence,
Mas que nascera de mim
Rebenta e me escancara...

Tornando aquele transitório tempo de outrora
Em infindável e sangrenta chaga.
E este hipnotizar
Não me concede com plena lucidez
Vomitar o que o poema me permite dizer
O indizível se traduz nesse ínfimo ser
Que descontinuará assim que a antemanhã chegar.
Abandonando essa condição de langorosa entrega
Do eterno sentir pela  tua bruta  ausência.

Dany Forcioni