quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tentativas

E ela afaga enlouquecedoramente aquele dorso
Sente o tremular de ossos
O revirar de olhos
Procura sensações...
Se doa.
Induz o gozo
Corpo  fácil de manipular...
Gemidos ecoam por aquele quadrado
Urros de satisfação
Terminado.
Ela dilui as sujeiras e junto esvaem-se  as confidências
E  na calada da noite
Recolhe seus prantos
Lembra-se da inutilidade desse eterno tentar
Que a faz em retalhos .                                                        
Amanhece o dia
Procurando pelos cantos            
Pedaços meus
Que resistem em ser seus.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

POR ARRUMAR...







O etílico em meu sangue
Permite o despertar.~                                               
Sacode esse adormecer
Que em mim parece não se conter.

E então num desabrochar desconhecido
O eu que não me pertence,
Mas que nascera de mim
Rebenta e me escancara...

Tornando aquele transitório tempo de outrora
Em infindável e sangrenta chaga.
E este hipnotizar
Não me concede com plena lucidez
Vomitar o que o poema me permite dizer
O indizível se traduz nesse ínfimo ser
Que descontinuará assim que a antemanhã chegar.
Abandonando essa condição de langorosa entrega
Do eterno sentir pela  tua bruta  ausência.

Dany Forcioni













quarta-feira, 22 de junho de 2011


Nunca mais a loucura de versar
Detesto o olho que me despe
O ouvido  que me procura
A mão que tecia vocábulos.

Não mais palavrear...

Que encantos?Para que canto?
Então... Desencanto!
Como chorar isto que sinto?
De mim ela
Usou
Delineou
Cuspiu
Usurpou.

Agora só dissabor, pranto, desamor
O que me resta?
Se é tua a alma minha.
Alma que cochila
Em túmulo profundo
Escarrando e gargalhando
Tudo que foi amor e entulho.